Isaac Grinberg
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Isaac Grinberg nasceu em Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, em 16 de junho de 1922, filho de Max Grinberg e de Ignacita Grinberg.
Sua vocação para o jornalismo manifestou-se ao assumir o cargo de redator chefe de “O Gymnasiano”, jornal dos alunos do Ginásio do Estado, em Mogi das Cruzes. Em 1938, tornou-se redator do Jornal “O Liberal”, principal periódico da cidade, função que desempenhou até 1941. Mudou-se então para São Paulo, para exercer a função de redator do jornal “O Dia”, ocasião em que obteve registro no Ministério do Trabalho como Jornalista Profissional.
Em 1951 funda e dirigi a “Folha de Mogi”, o primeiro jornal diário de Mogi das Cruzes, jornal mimeografado, para onde levou o primeiro linotipo de cidade. Em 1978, aposentou-se, como Jornalista Profissional, após 38 anos de exercício da profissão.
Como historiador, Grinberg iniciou seus estudos no arquivo da Prefeitura Municipal. Em seu primeiro livro, “História de Mogi das Cruzes”, publicado em 1961, adotou o método cronológico, dedicando poucas linhas a cada acontecimento, forma esta já adotada por outros autores de obras sobre São Paulo, como o Brigadeiro Machado de Oliveira, Manuel Eufrásio de Azevedo Marques, José Jacinto Ribeiro e Aureliano Leite.Educador por vocação, preocupou-se com a falta de civismo da juventude brasileira. No livro “Retrato de Mogi das Cruzes” volta-se para o estudo do bairro, para temas folclóricos, para campanhas que levem a mocidade a interessar-se pelo estudo da cidade, onde reside, e a responsabilizar-se pelo destino da nação. A obra termina com um capítulo sobre “Civismo”, onde divulga símbolos nacionais, letras de hinos e de canções, e o terno poema “Mogi das Cruzes”, de Paulo Bomfim, onde se lê,
“Mogi das Cruzes sonhada
Num sonho de bandeirante,
Mogi das Cruzes presente
No coração de São Paulo.”
O livro termina com as palavras de Rui Barbosa :
“A Pátria não é ninguém: são todos. E cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se acorbadam, mas resistem, mas se esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo”
No dia 13 de abril de 2000, Mogi das Cruzes perdeu esse ilustre jornalista, historiador, memorialista e educador. Faleceu na capital de São Paulo, depois de cumprir, com excepcional brilho, a gloriosa missão de perpetuar o passado da cidade em seus aspectos históricos, sociais, culturais e sentimentais.
Texto copilado de autoria do discurso da: Doutora Nelly Martins Ferreira Candeias
na sessão solene de sua posse na Academia Paulista de História,
em dezembro de 2000.
Fonte: http://www.jbcultura.com.br/index.html